Cia Teatro Documentário apresenta Encenação Cavalo Bravo Não Se Amansa

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Bessa em estado puro de alegria e energia boa

Companhia Teatro Documentário realiza a Encenação Cavalo Bravo Não Se Amansa, são 20 apresentações gratuitas que fazem parte do projeto O Teatro na Encruzilhada que foi contemplado com a 38° Edição da Lei Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Acontece de 17 de junho a 22 de julho, aos sábados e domingos, duas sessões por dia, no Viaduto Júlio Mesquita Filho, Bela Vista.

A Encenação é o resultado final de uma série de ações cênicas documentais, em espaços públicos que foi realizada em seis bairros da cidade: Barra Funda, Bixiga, Mooca, Bela Vista, Jardim Oriental e Santana, durante os meses de outubro e novembro de 2022.

Assinada por Marcelo Soler, doutor e mestre em artes cênicas pela ECA/USP e responsável pela publicação “Teatro Documentário: a pedagogia da não ficção”, de 2010.

Sobre o Processo

A Cia. Teatro Documentário selecionou entre os participantes das oficinas oferecidas ao longo do processo de pesquisa para criação cênica, profissionais teatrais, estudantes de teatro e pessoas que nunca tinham adentrado a cena para serem artistas convidados e participarem desse cruzamento.

A encenação conta ainda com músicos, mediadores e mais de 20 atores, representantes da vizinhança e os espectadores também são participantes.

+ Encenação Cavalo bravo não se amansa

Parte do fato documental relativo à morte de José Miranda Rosa, “Mineirinho”, que foi morto em uma chacina de policiais, no Rio de Janeiro, em 1 de maio de 1962, segurando a guia de Ogum, descalço e com uma oração de Santo Antônio (no sincretismo associado a Exu). Ele era considerado no Morro da Mangueira o “Robin Hood” da comunidade. Clarice Lispector publicou uma crônica em que ela mostra sua indignação com a execução.

A falta de documentação guiou à encenação a trazer elementos da crônica de Clarice e trechos das reportagens da época: um choque entre a poesia e a escrita sanguinolenta dos jornais a procura de consumidores ávidos pela figura do criminoso, transformado em anti-herói, numa narrativa em que o questionamento e porquês das causas são esquecidos em detrimento do espetáculo sensacionalista.

A figura do malandro, o resgate dos elementos presentes principalmente na Umbanda (porto seguro de Mineirinho), o samba, a reunião de atuadores, atuadoras e plateia num território reconstruído sob a ação da comunidade local, propõe um acontecimento em que se sobrepõe o encantamento de José à narrativa hegemônica ligando a cultura da encruzilhada ao macabro.

“Durante todo o processo, a ideia foi sentir e vivenciar a cultura da encruzilhada e como ela impacta e em uma encruzilhada uma fresta na cidade resgatamos a memória de José Miranda Rosa. Utilizamos elementos documentais que cruzam a narrativa e resolvemos não alimentar imaginários com o policialesco, por mais que ele apareça”, afirma o diretor da cia, Marcelo Soler.

 + Cia Teatro Documentário

A Cia existe desde 2006 e, como o nome indica, estuda as peculiaridades do Teatro Documentário, tanto em termos práticos como teóricos. O primeiro trabalho apresentado com o nome da Companhia foi um estudo cênico intitulado “Desde quando eu ainda era Travesti ou Lamentos do Palácio das Princesas”, na série Experimentos do TUSP em 2007.

Em torno da concepção do grupo foram realizados três colóquios sobre aspectos da presença de documentos na cena teatral.  Marcelo Soler, membro da Companhia, em 2010, publicou pela Editora HUCITEC o livro “Teatro Documentário: a pedagogia da não ficção”. Nesse mesmo ano o grupo estabelece sua sede: A “Casa do Teatro Documentário”, no bairro do Bixiga, que foi um espaço de ensaio, cursos e lugar para apresentações dos discursos cênicos da companhia, abrigou grupos e artistas “sem sede”; realizou oficinas públicas de apropriação da linguagem cênica documental  e aperfeiçoamento teórico e prático dos artistas.

Serviço:        

Onde: Viaduto Júlio Mesquita Filho (entre as encruzilhadas da Rua Major Diogo e Prof. Laerte Ramos de Carvalho – Bela Vista);

Classificação: 12 anos;

Duração: 75 minutos;

Julho: 01, 02, 08, 09, 15, 16 e 22 sendo aos sábados às 14h e às 16h e aos domingos ao meio-dia e às 16h;

* Entrada franca.

Reserve sua entrada por aqui:

https://www.sympla.com.br/evento/cavalo-bravo-nao-se-amansa-um-experimento-cenico-documental-ou-um-sopro-de-exu/2028752

Em caso de chuva, não haverá apresentação.

Ficha técnica:

“Cavalo Bravo Não Se Amansa”

Encenação: Marcelo Soler
Dramaturgia: Marcelo Soler e Éder Lopes
Elenco: Cia. Teatro Documentário e artistas convidados.

Cia. Teatro Documentário: Alan Paes, Aline Ferraz, Danielle Lopes, Gustavo Curado, Márcio Rossi.

Artistas convidados: Ana Lia Lemos, Bessa, Bruna Tovian, Bruno Trindade, Camila Spinola, Carlos Vasconcelos, Daniel Rechtman, Dani D’eon, Éder Lopes, Fábio Bianchi, Flávia Teixeira, Matheus Pamplona, Natalia Lemos, Raphael França e Vinicius Ferez.

Músicos: Henrique Brito e Rodrigo Rosa

Direção Musical: Alan Paes e Henrique Brito

Cenografia: Marcelo Soler

Figurino: Éder Lopes

Fotografia: Aurora Biondi

Redes Sociais: Flávia Teixeira

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